sexta-feira, 17 de julho de 2009

Violência contra o idoso


A partir de uma leitura que realizei semana passada, fui tocada pelo presente tema. Pois realmente juntamente com o envelhecimento a violência contra as pessoas idosas vem crescendo significativamente nas últimas décadas, passando a ser inclusive um problema mundial, atingindo todas as populações, independente de fatores sociais, econômicos e culturais. Tal problema requer de nós humanos uma reflexão.

Segundo grandes pesquisas, o ambiente familiar (filhos, noras, genros e netos) do idoso é o principal lócus da violência.

Em 2008, ano passado, algumas pesquisas destacaram com maior ocorrência cinco tipos de violência contra o idoso, sendo elas: o abuso físico; abuso psicológico; abuso financeiro; negligência; e o abandono.

O abuso físico é compreendido por ações agressivas e brutais que podem ocasionar prejuízo na saúde física, como hematomas, fraturas, cortes entre outras.

O abuso psicológico entende-se por privações verbais, sociais e ambientais, bem como negação

de direitos e humilhações.

O abuso financeiro, conhecido como exploração econômica, pode ser entendido como apropriações de rendimentos e propriedades que pertencem ao idoso.

A negligência ocorre quando existe uma situação na qual o idoso experimenta sofrimento por omissão de atenção do sujeito denominado “cuidador”.

O abandono significa a ausência do sujeito “cuidador” em prestar os devidos cuidados necessários ao idoso.

Os idosos que são vítimas de maus tratos têm aproximadamente 70 anos de idade e são pessoas que estão geralmente com a saúde fragilizada. Estes apresentam medo de denunciar a comunidade e a polícia que estão sendo violentados, porque de alguma forma dependem da família, por falta de percepção de novas possibilidades, preferem então continuar no meio agressor.

Seria importante a elaboração e a implantação de projetos (por profissionais capacitados juntamente com as comunidades) para resgatar essas pessoas violentadas. É fundamental e visa resultados, trabalhar com a família que reside com o idoso, a fim de proporcionar a esta suporte para aprender a conviver com tal realidade.

SUICÍDIO


O suicídio é um ato muito complexo, porém, resumidamente pode-se dizer que é o ato de matar-se intencionalmente. Segundo Maria Júlia (psicóloga), as tentativas de suicídio são atos deliberados de auto-agressão, em que a pessoa não tem certeza da sobrevivência, manifestando uma intenção autodestrutiva e uma consciência vaga do risco de morte. As causas do suicídio são diversas, podendo ser devido a aspectos externos, normas sociais e motivações internas. Há uma combinação de fatores biológicos, psicológicos, psiquiátricos, sociais, econômicos e ambientais que podem levar a pessoa a tirar a própria vida. O suicídio não pode ser ligado de forma simplista a um determinado acontecimento, trata-se de um processo, que pode ter tido o seu início na infância.

Algumas pesquisas ressaltam que os homens se suicidam mais que as mulheres, a hipótese é que estes apresentam um menor índice de tolerância à frustração (fator construído no decorrer da construção da personalidade do indivíduo).

Hoje a maior causa de suicídios é a solidão, a frustração e o sentimento de irrelevância social. Houve uma alteração significativa nos três pilares básicos da sociedade: família, Estado e religião, em relação a valores, crenças e normas.No Brasil, em 2004, a média de suicídio era de 5 mortes por 100 mil habitantes, de acordo com um estudo feito pelo Ministério da Saúde. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no Japão, a média é de 25 mortes por 100 mil habitantes, enquanto que em países como Espanha, Itália, Irlanda, Egito e Holanda, é de menos de dez mortes a cada 100 mil habitantes.


O sujeito que esta com pensamentos de suicídio deve procurar ajuda psicoterápica para possíveis esclarecimentos das distorções da realidade na qual se encontra. Os profissionais indicados são psicólogos e psiquiatras que devem atuar em conjunto.


“O indivíduo tem que poder escolher a vida em todas as circunstâncias”.

Transtorno de Personalidade Anti-Social: PSICOPATA




Para ilustrar, a atriz Letícia Sabatella está atuando na novela Caminho da Índias representando a personagem Yvone, sendo esta personagem uma Psicopata.


O termo “psicopata” é muito utilizado em nossa sociedade para caracterizar algumas pessoas, porém, muitas vezes de forma equivocada, devido a falta de conhecimento que as pessoas tem de tal transtorno. Portanto, é importante conhecermos e entendermos o que é a psicopatia, pois os sujeitos que realmente apresentam esse transtorno encontram-se entre os indivíduos que mais são prejudicados emocionalmente e interpessoalmente.

Os psicopatas não apresentam nenhum dos sintomas tradicionais do comportamento anormal, como ansiedade, alucinações e delírios. Raramente são psicóticos. Geralmente aparentam ser muito bem ajustados, o que torna bastante difícil de reconhecer e diagnosticar tal transtorno.

Os psicopatas não conseguem sentir emoções, apesar de verbalizar fortes sentimentos e comprometimentos; não sentem culpa quando se comportam de forma inadequada; geralmente são incapazes de adiar a gratificação de suas necessidades agindo consequentemente de modo impulsivo; são muito inteligentes, possuem habilidades verbais bem desenvolvidas e tem a habilidade de racionalizar seus comportamentos inadequados de modo que ele pareça justificável, livrando-se facilmente de seus problemas; mentem constantemente; frequentemente causam prejuízo emocional e financeiro aos que estão próximo e são agressivos (a agressão não existe somente fisicamente).

Em relação a estimativa, de 1% a 3% da população tem esse transtorno e entre os presos, esse índice chega a 20%. Segundo pesquisas realizadas por especialistas a maioria dos psicopatas é homem, mas os motivos para esta desproporção entre os sexos são desconhecidos. No Brasil há aproximadamente 5 milhões de psicopatas. Dessas, poucas são violentas e a maioria não comete crime, mas deixam as pessoas com quem convivem desapontadas.

Para que um sujeito seja diagnosticado como Psicopata, é necessário que ele tenha 18 anos de idade ou mais. Isto ocorre porque o sujeito deve ter tempo suficiente para aprender o que é um comportamento adequado.

terça-feira, 23 de junho de 2009

STRESS e Trabalho


Nos dias atuais, torna-se quase impossível não existir um clima de pressão dentro das organizações, devido a competitividade das empresas frente as dificuldades existentes no mercado.

O clima de pressão resume-se, em relação ao empregador como: mercado recessivo; problemas com sindicatos trabalhistas; pagamentos; prazos; dívidas; acumulo de funções, dificuldade de comunicação com empregados; entre outros. Em relação ao empregado, pode-se dizer que o clima se constrói sobre cobranças excessivas de produtividade; responsabilidades fora do controle; mudanças tecnológicas e adaptação; medo de demissão entre outros. Cabe ressaltar que cada exemplo citado não é um fator isolado, esta sempre em relação a outros fatores, e de alguma forma o clima entre empregador e empregado esta interligado.

Juntamente com o clima de pressão, surge a vulnerabilidade dos sujeitos (empregador e empregado) ao estresse. Devido então, a dificuldade de evitar tais situações estressantes, torna-se fundamental para a qualidade de vida no trabalho, que os integrantes da organização aprendem a viver com este procedimento. Obtendo informações sobre o que é o estresse, como identificar em si os próprios sinais, e conseguir monitorar seu próprio nível. Com essas atitudes os sujeitos aprendem a lidar com as dificuldades encontradas sem se alterar excessivamente.

A maioria das pessoas lida com o estresse apenas quando já não tem controle das situações; quando se sente mal ou quando sua auto-estima está muito baixa. Ao se desconhecer que se sofre de estresse, o sujeito nada consegue fazer para combatê-lo. A partir da consciência do que é o estresse, e que se está com estresse, surge 90% de cura quando o estresse já esta instalado. A consciência torna-se determinante para o controle do nível do estresse, eliminando a maior parte das reações negativas ligadas a ele.

O estresse é considerado um grande problema, tanto para o empregador quando para o empregado porque ambos saem perdendo, desde questões financeiras até em qualidade de vida. A partir do estresse surgem conseqüências incontáveis, tais como, para efeito de exemplo, baixa produtividade, descontos por absenteísmo (faltas), decisões equivocadas, entre outras.

É de extrema importância e relevância o trabalho do Psicólogo na empresa, atuando no combate e na prevenção do estresse, pois além de proporcionar aos integrantes da organização informações e técnicas suficientes para aprenderem a lidar com situações indesejáveis, minimiza conflitos causadores do estresse e gerados por este.
Com uma melhor qualidade de vida no espaço ocupacional, tanto o empregador quanto os empregados satisfazem expectativas.

O professor e sua vulnerabilidade ao STRESS


O presente texto é continuidade do assunto de semana passada, porém, abordando um outro tema. Como havia comentado anteriormente, observa-se que nas ultimas décadas, as mudanças da sociedade, passaram a exigir do homem uma grande capacidade de adaptação física, mental e social. Essas mudanças e a necessidade de adaptação colocam as pessoas em frequentes situações de conflito, angústia e desequilíbrio emocional.

Com um olhar voltado a profissão do professor, nota-se que além de ensinar, este tem que manter o controle dos alunos em sala de aula, comparecer na instituição escolar em determinados horários, sem tolerância, e muitas vezes trabalhar fora da carga horária no qual foi contratado, por exemplo, nos finais de semana, corrigindo e elaborando atividades. Estão sempre disponíveis a críticas de alunos, pais, colegas de profissão, diretores, entre outros. Então, como algumas pesquisas já ressaltam, o ambiente escolar, devido a múltiplas variáveis como é o ensino, é um ambiente com uma tendência geral à ansiedade, tornando os professores especialmente vulneráveis ao estresse.

No Brasil, o estresse do professor está vinculado além de todos os fatores apresentados no parágrafo anterior, ao salário injusto, a precariedade das instalações de trabalho (ambiente físico da escola), elevado números de alunos por turma, acúmulos de turmas por dia trabalhado, mau comportamento dos alunos e falta de treinamentos adequados que possibilitam um contorno em tais situações.

O escritor Augusto Cury realizou uma pesquisa em nosso país, com professores da rede pública de ensino e destacou que 90% dos docentes apresentam sinais de distúrbios causados pelo estresse, como dores de cabeça, ansiedade, transtorno do sono, cansaço excessivo e déficit de memória e concentração.

Há um despreparo dos professores para se prevenirem do estresse. E nada esta sendo feito para reverter essa realidade! Ainda não há na rede pública e raramente na rede privada de ensino, serviços de Psicologia, que são necessários e urgentes para combater e prevenir o estresse causado na escola. A profissão do professor é extremamente importante e necessária à sociedade, mas a qualidade de vida e a saúde deste profissional são essenciais para que estas funcionem adequadamente. Com o estresse, o ensino e consequentemente a educação ficam comprometidos.

STRESS


As mudanças da sociedade, nas ultimas décadas, passaram a exigir do homem uma grande capacidade de adaptação física, mental e social. Essas mudanças e a necessidade de adaptação colocam as pessoas em freqüentes situações de conflito, angústia e desequilíbrio emocional. O estresse é uma relação entre o homem e o meio, que momentaneamente ou cronicamente ocasiona o desequilíbrio. Segundo algumas pesquisas, a mudança é um dos mais efetivos agentes que causam o estresse, dessa forma, qualquer mudança em nossa vida, boa ou má pode o provocar.


A intensidade do estresse ocorre de forma variável dependendo da intensidade do (evento ou mudança) que pode ir desde a morte de uma pessoa querida até pequenas infrações de trânsito. Situações boas também podem ocasionar o estresse, como férias, promoções profissionais, casamentos desejados entre outros. Os fatores estressantes podem variar amplamente quanto a natureza, indo desde a parte emocional, como frustração, ansiedade, até componentes de origem ambiental, biológica e física, como ruído excessivo, variações extremas de temperatura, problemas de nutrição e sobrecarga de trabalho entre outros.

Fisiologia do stress:

Frente a uma situação estressante, o córtex cerebral aciona um circuito cerebral localizado na parte do cérebro denominada Sistema Límbico, através das estruturas (amigdala e o hipotálamo) que controlam as emoções e as funções dos sistemas viscerais através do sistema nervoso autônomo. No estresse o principal hormônio liberado pela hipófise é o ACTH, que carregado pelo sangue provoca um aumento de hormônios corticosteróides. Estes hormônios possuem amplas ações sobre praticamente todos os tecidos do corpo, alterando o seu metabolismo.


Toda essa atividade cerebral são respostas do organismo e são normais em qualquer situação de perigo. Há um determinado nível de estresse que é normal e até importante para a defesa do organismo frente a tais situações. Por exemplo: frente a uma situação de assalto, reagimos e nos defendemos devido ao estresse que a situação nos proporciona. Porém, o excesso para o organismo passa ocorrer quando a atividade do cérebro, apresentada anteriormente, se torna constantemente repetitiva. Nestes casos, os sintomas são relativamente intensos, podendo manifestar a irritabilidade física, fadiga intelectual, impossibilidade de relacionamento, perturbação do sono, estados de ansiedade. Podem ainda apresentar os seguintes distúrbios: tremores, sudorese, enxaquecas, palpitações, taquicardia e hipertensão arterial. Surgem ainda, distúrbios constituídos de abstenção de contato social, predomínio de irritabilidade, impulsividade, perda de controle, o que faz surgir dificuldades no meio profissional e familiar.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Transtorno de Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade


A hiperatividade e/ou déficit de atenção é um problema mais comumente visto em crianças e seus principais sintomas são desatenção (pessoa muito distraída) e hiperatividade (pessoa muito agitada). Para haver o diagnóstico desse transtorno, a falta de atenção e a hiperatividade devem interferir significativamente na vida e no desenvolvimento normal do sujeito.
Antes dos quatro ou cinco anos de idade é difícil fazer o diagnóstico, pois o comportamento das crianças nessa idade é muito variável, e a atenção não é tão exigida quanto na idade escolar. Mas mesmo assim algumas crianças desenvolvem o transtorno numa idade bem precoce. Em termos de gênero, o sexo masculino é quatro vezes mais afetado que o feminino.
Geralmente o problema é mais observado quando a criança inicia atividades na escola, quando o ajustamento à escola mostra-se comprometido, como notas baixas e condutas inadequadas.
Durante o início da adolescência o quadro geralmente mantém-se o mesmo, com problemas predominantemente escolares, mas no final da adolescência e no início da vida adulta o transtorno pode acompanhar-se de problemas de comportamento, problemas de trabalho e de relacionamentos com outras pessoas. Porém, no final da adolescência e início da vida adulta ocorre melhora dos sintomas na maioria dos casos.
Já existem inúmeros estudos em todo o mundo, inclusive no Brasil, demonstrando que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o transtorno não é secundário a fatores culturais, ou ao modo como os pais educam os filhos. Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento, isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados, pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento. O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores, principalmente dopamina e noradrenalina, que passam informação entre as células nervosas.
Em relação ao diagnóstico, este só pode ser realizado por um profissional de saúde capacitado, geralmente psicólogo, neurologista ou psiquiatra. Para que o diagnóstico seja efetuado é necessário que o sujeito apresente uma constelação de sintomas, por pelo menos 6 meses. Os sintomas devem ocorrer à maior parte do tempo durante as atividades, causando um impacto (prejuízo) significativo na realização das mesmas, em pelo menos dois contextos, por exemplo: em casa, na escola ou no trabalho. Alguns sintomas devem ter estado presentes antes dos 7 anos de idade, porém muitos indivíduos são diagnosticados depois.
Alguns sintomas de desatenção:
Frequentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras;
Com frequência não segue instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais, não chegando ao final das atividades;
Geralmente evita, envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante, como tarefas escolares ou deveres de casa;
Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades;
É facilmente distraído por estímulos externos.
Alguns sintomas de hiperatividade:
Com frequência abandona sua cadeira em sala de aula ou em outras situações nas quais se espera que permaneça sentado;
Frequentemente no caso de criança, ela corre ou escala em demasia, em situações nas quais isso é inapropriado, em adolescentes e adultos, isso pode não ocorrer, mas a pessoa nos deixa uma sensação de constante inquietação;
Com frequência tem dificuldade para se envolver silenciosamente em atividades de lazer;
Frequentemente fala em excesso.
Dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido completadas.

sábado, 25 de abril de 2009

Falta de LIMITE?


Estarei enfatizando um fenômeno que vem sendo discutido em nossa sociedade de forma cotidiana, seja em meios acadêmicos, familiares ou pela mídia, refiro-me à indisciplina. Estarei apresentando hoje minha compreensão á respeito da indisciplina no âmbito FAMILIAR
O sistema de educação dentro do âmbito familiar mudou muito nas últimas décadas. Há algum tempo atrás, vigorava a disciplina imposta pela força. A criança que desobedecia a seus pais era castigada, muitas vezes com violência física. A partir dos anos 60 surgiu a proposta de se passar a perceber a criança e o jovem como detentores de uma individualidade a qual deveria ser respeitada. Incentivar a independência da criança, respeitar suas vontades, dar a ela condição de liberdade para que pudesse desenvolver seu senso crítico, sua personalidade, etc. Saía-se assim de uma relação autoritária para uma relação "democrática". A partir de então, a sociedade começou a sofrer sérias conseqüências, pois muita gente confundiu essa tal liberdade com ausência de limites. Por mais que a "idéia pudesse ser boa" os pais não estavam preparados para colocá-la em prática. Toda essa mudança que houve na educação está refletindo até hoje, e devido às más conseqüências, muitos pais estão começando a buscar o equilíbrio entre liberdade e responsabilidade. A palavra de ordem é: LIMITE!
A criança não sabe o que é liberdade pessoal. Simplesmente faz o que tem vontade de fazer. Elas aprendem a comportar-se em sociedade convivendo com outras pessoas, principalmente com os próprios pais. A maioria dos comportamentos infantis é aprendida por meio de imitação, da experimentação e da invenção.
Quando os pais permitem que os filhos, por menores que sejam, façam tudo o que desejam, não estão lhes ensinando noções do que podem ou não podem fazer. Os pais usam diversos argumentos para isso: “eles não sabem o que estão fazendo”; “são muito pequenos para aprender”; “vamos ensinar quando forem maiores”; “sabemos que não devemos deixar...mas é tão engraçadinho” etc.
É preciso lembrar que uma criança, quando faz algo pela primeira vez, sempre olha em volta para ver se agradou alguém. Se agradou, repete o comportamento, pois entende que agrado é aprovação, e ela não tem condições de avaliar a adequação do seu gesto. Portanto, cada vez que os pais aceitam uma contrariedade, um desrespeito, uma quebra de limites, estão fazendo com que seus filhos não compreendam, e rompam o limite natural para seu comportamento em família e em sociedade.

O limite deve ser ensinado a criança desde pequena (mas isso não significa que os adolescentes indisciplinados não sejam passíveis de mudança, pois são, e é possível, torná-los ainda disciplinados). O ideal é ensinar a criança desde novinha, porque ela não sabe o que é liberdade pessoal e pensar em conseqüências, ou seja, ela não sabe o que é certo ou errado, simplesmente faz o que tem vontade de fazer. Então, a força dos pais está em transmitir aos filhos a diferença entre o que é aceitável ou não, adequado ou não, entre o que é essencial e supérfluo, e assim por diante. Por exemplo: “pedir um brinquedo é aceitável, mas quebrar o brinquedo meia hora depois de ganhá-lo e pedir outro é inaceitável.” É importante estabelecer limites bem cedo e de maneira bastante clara porque mais tarde a criança se tornará um adolescente, e será preciso dizer a este, uma série de não, para continuar o educando e ensinando a “viver” em sociedade, para isso, esse “não”, tem que ser aceito.
Cabe enfatizar a importância da afetividade, pois os limites não serão alcançados se os pais forem percebidos apenas como autoridade. Os filhos sentem-se amados pelo interesse que os pais demonstram mesmo não estando com eles o dia inteiro. Com a “correria” do cotidiano, o excesso de trabalho, faz com que as relações entre pais e filhos se estreitem cada vez mais. Mas isso não é problema quando há qualidade nos momentos em que estão juntos. Algumas atitudes podem auxiliar na formação de um bom vínculo afetivo, nos mais simples e diversos fatos do dia-a-dia. Todos os dias, ao chegar do trabalho, os pais devem buscar os filhos, tentando mostrar para eles que mesmo não estando presente o tempo todo, se preocupam com as coisas de suas vidas. É importante que conversem, trocando informações de como foi o dia de cada um, como transcorreram as coisas, etc.
Em relação as atitudes dos pais, repreensivas ou aprovativas, elas são muito importantes para o crescimento pessoal da criança, pois através delas encontram referências, sentindo-se seguros.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

A constituição da Personalidade


Através da psicologia existencialista pode-se afirmar que a personalidade do ser humano não é inata. O homem nasce corpo/consciência, ou seja, o sujeito concreto nasce com uma dada condição física e fisiológica, trazida com seu corpo e pela consciência. Essas são as condições possibilitadoras do seu ser de estabelecer relações com o mundo. Portanto a existência precede a essência, pois a partir de um processo histórico de totalização das relações do sujeito com o mundo, mediadas pelo social e a partir das experiências vividas, o ser constrói aos poucos sua personalidade.


A criança ao nascer é inserida em um espaço sociológico do qual ela é criada com conhecimentos, valores, crenças, afetividade, que viabilizam a sua formação como sujeito humano. Os indivíduos que convivem com a criança, vão desde cedo, criando uma identidade para ela, ao efetivarem um conjunto de expectativas em seu entorno: a consideram parecida com a mãe em tais atitudes, e com o pai em outras, dizem que ela é muito introvertida ou extrovertida, mostram como deve se comportar ensinando, negando ou aceitando determinadas condutas, e assim por diante. As primeiras relações vão definindo os parâmetros para a construção da personalidade, dessa forma a criança se faz ser aquilo que fizeram dela. Na infância encontram-se então atitudes, ações e emoções que sempre têm uma origem em uma determinação interiorizada.


O processo de construção da personalidade em um primeiro momento é experimentado na alienação, pois a criança pequena não nasce com capacidade de refletir, aprovando ou não racionalmente o que lhe submetem. Porém, mais tarde, quando a criança começa a se relacionar mais amplamente com o mundo, com uma diversidade de pessoas, aprende a refletir e abstrair, a partir de então, todo o processo de mediações, vai sendo apropriado reflexivamente por ela, constituindo o “saber de ser” que terá de si mesma. Para toda essa compreensão de si, é necessário uma consciência de 2° grau (reflexiva), através desta, vamos estabelecendo um entendimento de como agimos e sentimos, enfim, de quem nós somos. Quando se torna possível essa reflexão, o ser torna o seu ser em suas mãos, rompendo o dever-ser e situando-se no horizonte do poder-ser, deixando de viver somente a expectativa do outro e passando a viver em um conjunto de possibilidades, cuja realização depende dele.


Portanto: "Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você." Jean-Paul Sartre

sexta-feira, 6 de março de 2009

Fundamentos Teóricos da Gestalt-terapia:





A Gestalt-terapia fundamenta-se no Existencialismo porque absorveu o que a maioria das terapias existenciais considera importante, o encontro existencial interpessoal. Um encontro existencial visa a autoatualização e a gestalt-terapia considera todo o campo biopsicosocial, incluindo organismo/ambiente, como importante.
Pode ser considerado “existencial” tudo que diz respeito à forma como o homem experimenta sua existência, a assume, a orienta, a dirige.
Existencialismo como ética, sustentada pela liberdade, a ação da liberdade é um ato consciente, uma awareness*, uma escolha.
A Gestalt-terapia é fenomenológica por ser centrada na descrição subjetiva do sentimento (awareness*) do indivíduo. O essencial é o processo que está se desenvolvendo aqui e agora.
Fenômeno é o que se torna luz, o que se apresenta, traduzido para Gestalt é aquilo que damos significado, damos sentido ao mundo; sem consciência não há mundo e sem mundo não há o nós. O sujeito só percebe e dá significado se há intencionalidade, a subjetividade vai se construir a partir desse movimento.
Com essa posição fenomenológica podemos justificar o “aqui e agora” da Gestalt-terapia. O presente é ao mesmo tempo passado, o presente e o futuro. O passado está em nós, na nossa fala, na nossa respiração, nos nossos movimentos e expressões. O passado é reestruturado em cada momento existencial.

quinta-feira, 5 de março de 2009

qualidade de vida


Entende-se por qualidade de vida a percepção do indivíduo tanto de sua posição na vida, no contexto da cultura e nos sistemas de valores nos quais se insere, como em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.

É um amplo conceito de classificação, afetado de modo complexo:

*pela saúde física do indivíduo,

*pelo seu estado psicológico,

*por suas relações sociais,

*pelas suas relações com as características mais relevantes do seu meio ambiente.

Portanto, para se obter QUALIDADE DE VIDA, é necessário o equilíbrio dos fatores que influenciam no desenvolvimento de tal.




sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Sob que princípios deve ser ministrada a educação nacional?


Segundo o Art. 206 da Constituição Brasileira sobre o direito à educação, o ensino deve ser ministrado com base em sete princípios, sendo eles: igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; gestão democrática do ensino público, na forma da lei; garantia de padrão de qualidade.
Estes princípios têm como missão orientar a condução do ensino no país e devem constituir a base de qualquer planejamento que se faça na área de educação, visando à concretização das finalidades da educação. A igualdade de condições gera o direito a todos sem discriminações de ter acesso aos bens sociais e às condições básicas necessárias a uma vida digna. A liberdade de aprender e ensinar possibilita um maior desenvolvimento tanto do docente quanto do aluno, pois amplia as fronteiras, no caso dos professores eles não são obrigados a ensinar somente o que lhe é imposto. Em relação ao pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, tal princípio proporcionou a escola autonomia, pois tais idéias e concepções devem ser construídas dialeticamente, no cotidiano das atividades educativas, respeitadas as realidades regionais, não havendo nenhum modelo pronto, acabado e pré-concebido de ministrar o ensino. Por fim, a garantia de padrão de qualidade vai além dos recursos humanos e materiais necessários ao desenvolvimento da atividade educacional, mas, também, compreende um ensino livre e democrático, que respeite as diferenças, voltada para a difusão dos valores humanos e da consciência social, colaborando para que a escola se torne um instrumento de desenvolvimento do país e de redução das desigualdades sociais. Educar, dentro dessa perspectiva, é formar cidadãos críticos e independentes, comprometidos com os ideais democráticos e com as necessidades presentes e futuras da comunidade.
Infelizmente tais princípios não são realmente seguidos por todas instituições, contudo o que percebemos na maioria das escolas, é o seguimento de apenas alguns princípios, o que defasa o ensino, há falta de interesse e motivação dos professores, o que acaba afetando a escola por completa, principalmente os alunos. A escola esta muito teórica, ou seja, percebe o aluno apenas como um ser biológico, porém ele é um ser biopsicosocial.O docente para ensinar não é suficiente conhecer apenas conteúdos, é preciso ter formação de educador, e principalmente, gostar de ensinar. A boa relação entre professor e aluno é fundamental para o desenvolvimento da aprendizagem. Quantas vezes verificamos entre os alunos um sentimento de desânimo ou de aversão a determinadas aulas e a docentes. A escola não pode preocupar-se somente com a formação intelectual do aluno, mas também em formar cidadãos comprometidos com a responsabilidade social e com a ética, preparando o aluno para enfrentar as incertezas da vida social e profissional, com atitude e seriedade. O Art. 206 da Constituição Brasileira é excelente, desde que seguido em sua totalidade.

existencialismo

O existencialismo é uma corrente filosófica e literária que destaca a liberdade individual, a responsabilidade e a subjetividade do ser humano. O existencialismo considera cada homem como um ser único que é mestre dos seus atos e do seu destino.
O existencialismo afirma o primado da existência sobre a essência, segundo a célebre definição do filósofo francês Jean-Paul Sartre: "A existência precede e governa a essência." Essa definição funda a liberdade e a responsabilidade do homem, visto que esse existe sem que seu ser seja pré-definido. Durante a existência, à medida que experimenta-se novas vivências redefine-se o próprio pensamento (a sede intelectual, tida como a alma para os clássicos), adquirindo-se novos conhecimentos a respeito da própria essência, caracterizando-a sucessivamente.

Que significa então que a existência precede a essência? Significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente é nada. Só depois será, e será tal como a si próprio se fizer."